Confab demite dois sindicalistas no início da Campanha Salarial
Categoria protesta e aprova entrega do comunicado de greve para reverter demissões
A direção da Tenaris Confab cometeu mais uma prática antissindical nesta quarta-feira, dia 18. Sem qualquer explicação justificável, demitiu dois dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba-CUT, Carlos Alberto da Silva – “Pentelho” e Paulo Donizete Moreira – “Paulinho”. Um protesto foi feito na portaria da empresa ainda nesta quarta e o comunicado de greve foi aprovado.
Para o presidente do sindicato, Renato Marcondes, o “Mamão”, não restam dúvidas de que as demissões foram feitas unicamente com o objetivo de enfraquecer a categoria, bem como as negociações da campanha salarial, faltando pouco mais de dois meses para a data-base, 1º de setembro.
Ao sindicato, a chefia da Confab disse que fez as demissões dando como argumento o fato de Pentelho e Paulinho, ambos da unidade Tubos, estão aposentados. Mamão classificou essa atitude como indecente.
“Sabemos que todos os anos as negociações do Grupo 2 costumam ser mais difíceis mesmo, os patrões são mais intransigentes na campanha salarial, mas isso já ultrapassou o absurdo. Estão se aproveitamento de um momento de dificuldade da empresa para fazer mais demissões arbitrárias e perseguir sindicalistas. Prática antissindical é crime e não vamos tolerar”, disse.
A direção do sindicato, sobretudo a direção de base da Confab, fez todo o esforço possível para evitar demissões, como o lay-off, e até mesmo uma carta foi enviada para a Presidência da República para pedir prioridade para o mercado nacional e assim melhorar o cenário econômico para a Tenaris Confab.
“Mesmo após tudo isso a empresa continuou fazendo demissões. Contamos com vocês companheiros. A demissão de um sindicalista não representa apenas um trabalhador, mas sim todo o movimento sindical, e por isso mesmo a chefia da Confab está tentando prejudicar a categoria. A resposta da categoria só pode ser uma: GREVE”, disse Mamão.
A Constituição Federal proíbe, em seu Art. 8º, a demissão de sindicalistas: “É vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.” (O art. 543 da CLT também traz redação semelhante)
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