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80% dos acidentes de trabalho ocorrem com funcionários terceirizados

Sindicato participa do 3º Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde

Ao centro, o juiz Roberto Pompa, presidente da Associação Latino Americana de Juízes do Trabalho, que fez a palestra de abertura, junto aos dirigentes Francisco Sampaio e Benedito Irineu (foto Divulgação)
Ao centro, o juiz Roberto Pompa, presidente da Associação Latino Americana de Juízes do Trabalho, que fez a palestra de abertura, junto aos dirigentes Francisco Sampaio e Benedito Irineu (foto Divulgação)

Estatísticas mostram que 80% dos acidentes de trabalho ocorrem com trabalhadores terceirizados, conforme foi apresentado no 3º Congresso Internacional de Ciências do Trabalho, Meio Ambiente, Direito e Saúde, do qual o Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba-CUT está participando.

O congresso está ocorrendo de 24 a 28 de agosto, na Faculdade de Direito da USP e é organizado pela Fundacentro, a Asociacion Latinoamericana de Abogados Laboralistas – ALAL e o Ministério Público do Trabalho – MPT.

Segundo o secretário de Comunicação do sindicato, Benedito Irineu, a ampliação da terceirização tem sido duramente combatida pelos palestrantes, principalmente pelos índices de acidentes, pois 80% deles ocorrem com terceirizados.

“É mais difícil combater essa realidade, porque a representatividade sindical é prejudicada, visto que na maioria das vezes o sindicato da empresa principal não é o representante do terceirizado, diminuindo assim a capacidade de mobilização dos trabalhadores para buscar suas reivindicações”, disse Irineu.

Também foi abordada a responsabilidade jurídica, porque via de regra o dono da empresa terceira costuma sumir ou mudar de estado ao final do contrato e o trabalhador tem dificuldade para buscar o amparo de seus direitos por não saber a quem processar ou onde encontrar o antigo patrão.

Crise. Um dos palestrantes também falou sobre a crise econômica por outro ângulo, citando que as demissões em massa que têm ocorrido podem ser uma estratégia dos grandes grupos corporativos para forçar os trabalhadores a aceitarem a terceirização.

“Haverá um número tão grande de desempregados que a mão de obra aceitará salários menores e menos benefícios, em função da grande concorrência por uma vaga”, disse Irineu.

Outro ponto abordado foi a demora do Estado em julgar as demandas, o que só beneficia as empresas em detrimento dos direitos e necessidades do trabalhador.

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