Campanha Salarial: FEM-CUT/SP aguarda conclusão dos debates dos direitos sociais com setores patronais
Finalizada essa etapa, a Federação iniciará o debate do reajuste salarial. Nesta quinta (2), FEM e G2 continuam negociação
Passados um mês e meio de negociações, a Campanha Salarial da FEM-CUT/SP está na fase de conclusão sobre a melhoria e inclusão dos direitos sociais – principal destaque da pauta de reivindicações neste ano.
Na avaliação do presidente da FEM-CUT/SP, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, no início, as discussões com os seis setores patronais foram duras, com a lógica patronal de retirada de direitos, mas ao longo dos debates esse argumento foi perdendo a força.
“A nossa resistência tem feito com que as discussões caminhem em torno de avanços e não de retrocessos. Estamos confiantes de que firmaremos bons acordos e assinaremos as Convenções Coletivas de Trabalho, que beneficiem a categoria metalúrgica no Estado de São Paulo”, pontua.
Reajuste salarial
O ramo metalúrgico cutista entrou neste mês de setembro no período da data-base. A negociação sobre o reajuste no salário e nos pisos iniciará após a conclusão das cláusulas sociais, que deve ocorrer na próxima semana.
Até o momento, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE que é utilizado como referência pela FEM, acumulado até julho, está em torno de 9,61%.
“Vamos aguardar o resultado acumulado de agosto, lembrando que a fórmula originária constante em nossa pauta de reivindicações que será apresentada aos setores patronais é composta pelo INPC integral do período da data-base, 1º de setembro, acrescida do aumento real”, explica Luizão.
Rodadas de negociação
A FEM-CUT/SP continua nesta quinta-feira (2) a negociação com a bancada patronal do Grupo 2 (máquinas e eletrônicos), às 10h, na sede Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, localizada na FIESP.
Na última rodada, ocorrida no dia 20 de agosto, a bancada patronal do G2, coordenada por André Saraiva, achou interessante a preocupação da FEM com a cláusula que trata a situação do jovem, que propõe atrair e estimular a sua permanência na empresa, bem como outras cláusulas de natureza sócio-humanitária.
A ideia é que nesta negociação a bancada sinalize um posicionamento sobre as reivindicações da Federação.
Outro setor patronal que a FEM conversou foi com o Grupo 10 (que reúne os setores de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros), na terça-feira (1º), na sede do Sindicato da Indústria de Lâmpadas e Aparelhos Elétricos de Iluminação no Estado de São Paulo (Sindilux), na FIESP.
Na ocasião, o G10 foi atencioso, pediu esclarecimentos sobre algumas cláusulas definidas como prioritárias pela FEM, como por exemplos, a questão das férias, do aviso prévio, da licença maternidade e a garantia de emprego à empregada gestante, entre outras.
O setor patronal informou que uma nova rodada será agendada após a realização de assembleia com as empresas.
Calendário
As negociações da Campanha Salarial da FEM-CUT/SP continuam na próxima semana com rodada com o G3, na quarta-feira (9), às 10h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba.
Principais reivindicações
Os metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo aprovaram como principais bandeiras de lutas: 40 horas semanais; a reposição da inflação e aumento real; a unificação e valorização dos pisos e a valorização das cláusulas sociais. O slogan da Campanha é “Nenhum Direito a Menos e Mais Avanços Sociais”.
As cláusulas sociais serão o destaque. Foram apresentadas mais de 30 contribuições que vieram das Plenárias Regionais realizadas em Monte Alto, Itu e Taubaté que propõem melhorias nas cláusulas pré-existentes (que estão em vigor nas Convenções Coletivas de Trabalho) e a inclusão de novos direitos. “Queremos uniformizar as nossas cláusulas pelo o que temos de melhor em cada grupo”, explica Luizão, presidente da Federação.
Perfil dos setores metalúrgicos base FEM-CUT/SP
A Federação negocia com seis bancadas patronais: Grupo 2 (máquinas e eletrônicos); Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos); Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros); Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros); Estamparia e Fundição.
A data-base do ramo metalúrgico cutista é 1º de setembro e estarão em Campanha aproximadamente 200 mil trabalhadores na base da FEM no Estado.
Fonte: Viviane Barbosa, Assessora de Imprensa da FEM-CUT/SP