Em encontro com Temer, empresários defendem jornada semanal de 80 horas
Centrais sindicais classificaram o episódio como provocação
No último dia 8, o presidente interino e golpista, Michel Temer, participou de um encontro com empresários na CNI (Confederação Nacional da Indústria). Na ocasião, o presidente da entidade patronal, ligada a FIESP, Robson Braga de Andrade, além de citar “mudanças duras” na Previdência Social e nas leis trabalhistas, defendeu que a jornada de trabalho aumentasse para 80 horas semanais. Para justificar usou a França como exemplo e tudo em nome da “competitividade”.
Em nota, as centrais sindicais classificaram o episódio como provocação: “Tal afirmação, que faz lembrar a situação da classe operária do século 19, surge como uma provocação estapafúrdia ao povo brasileiro”.
A redução de jornada de 44 para 40 horas semanais está no eixo da campanha salarial dos metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo.
Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, presidente da FEM-CUT/SP classifica todas as propostas como retrocessos e provocou: “A jornada de 12 horas diárias me lembra a Inglaterra no período da revolução industrial. Será que o presidente da CNI vai propor jornada de 10 a 12 horas para crianças também? É inaceitável que o aumento de jornada seja pauta nos dias de hoje. Diversos estudos apontam que é a redução de jornada que favorece os trabalhadores e os empresários”.
Na França, na realidade, desde março estão ocorrendo grandes protestos contra a reforma trabalhista defendida pelo governo de François Hollande, que entre outras coisas, altera o limite da jornada semanal de 35 para 60 horas.
Depois da fala de Robson Braga ter sido amplamente divulgada pelos jornais, a CNI emitiu uma nota afirmando que a questão havia sido mal interpretada.
A jornada de trabalho não é a única ameaça que os empresários e o governo golpista veem fazendo aos trabalhadores brasileiros. Outro ataque vem na previdência social, na última quinta-feira o governo federal também anunciou mudanças no auxilio-doença e na aposentadoria por invalidez.
Com informações da FEM-CUT/SP e da Rede Brasil Atual.