Mesmo com repressão, marcha reuniu 200 mil em Brasília por Diretas Já
CUT já fala em nova greve geral
Mesmo com a maior repressão e violência policial da história de Brasília, mais de 200 mil trabalhadores de todo o país ocuparam a capital federal nessa quarta-feira, dia 24, para pressionar o Congresso Nacional a paralisar a tramitação das reformas Trabalhista e da Previdência, cobrar a saída de Michel Temer e por Diretas Já.
Uma comitiva com 38 pessoas de Pindamonhangaba esteve lá – a maioria dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos.
A marcha, organizada pela CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais, saiu por volta do meio dia da frente do Estádio Mané Garrincha e seguiu organizada e absolutamente tranquila até se aproximar do Congresso Nacional, onde uma barreira da Polícia Militar e Polícia Legislativa do Distrito Federal impedia que os manifestantes ocupassem o gramado.
Enquanto dirigentes, Deputados Federais e Senadores faziam discursos, as forças de segurança do DF de forma truculenta atacaram os manifestantes, começaram atirando bombas de gás já nas áreas reservadas para manifestação, atingindo inclusive crianças e idosos, que estavam pacificamente se manifestando por seus direitos e contra o presidente ilegítimo, golpista e corrupto.
Temer se aproveitou do tumulto instalado para invocar as Forças Armadas para a defesa da “ordem”, lembrando os piores momentos da ditadura militar.
Já nas imediações do Congresso, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, apontou essa como a maior marcha sobre a capital federal e destacou que mais uma Greve Geral deve vir por aí.
“Se não conseguem entregar nossos direitos e discutir uma ditadura no Brasil é porque tem a CUT e seus sindicatos fazendo a luta. Essa foi a maior marcha da história dos trabalhadores no Brasil, trouxemos mais de 200 mil por Diretas Já e precisamos levar essa luta para o cotidiano do país. Vamos fazer uma greve geral maior do que fizemos no dia 28”, apontou.
O movimentos cobram Diretas Já por não aceitarem que ocorram eleições indiretas após a queda do presidente Michel Temer. Nas eleições indiretas o Congresso decide quem será o novo presidente.
Inconstitucional – Incapaz de responder democraticamente às mobilizações e sem respaldo moral e político, o golpista Temer baixou uma AGA (Ação de Garantia da Ordem) autorizando o Exército a fazer a segurança do Distrito Federal até o dia 31 de maio, provável dia da votação da Reforma Trabalhista, em episódio que remonta aos tempos obscuros da ditadura militar. Para juristas ouvidos pelo Portal da CUT, medida autoritária de golpista é inconstitucional e configura crime de responsabilidade.