FEM-CUT/SP inicia debate da Campanha Salarial em Pinda
Dirigentes dos sindicatos metalúrgicos de Pindamonhangaba, Itu, Cajamar, Salto, Taubaté, ABC e Itaquaquecetuba participaram da 1ª Plenária Regional da Campanha Salarial da FEM-CUT/SP, realizada na última sexta-feira, dia 5 de maio, no Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba. A Federação vai realizar mais duas Plenárias, a próxima no dia 10, em Matão, que reunirá dirigentes dos sindicatos metalúrgicos de São Carlos, Monte Alto, Araraquara e Gavião Peixoto, e a última no dia 17, em Salto, que contará com os sindicatos filiados de Sorocaba, Cajamar e Itu. Todas as propostas debatidas nestas plenárias serão apreciadas pela Federação e serão submetidas à aprovação na Plenária Estatutária da entidade, prevista para o final de junho, que definirá as pautas de reivindicações para os grupos patronais, aprovará as bandeiras de lutas da Campanha e a data oficial de lançamento em São Paulo. As Plenárias regionais têm o objetivo de ouvir as reivindicações referentes aos direitos sociais dos trabalhadores metalúrgicos nas bases. Neste ano, a Federação negociará com seis bancadas patronais (abaixo boxe) a renovação, melhoria e ampliação dos direitos econômicos e sociais. O economista da Subseção do Dieese da FEM e o assessor jurídico, Raimundo P. Oliveira, estão acompanhando as Plenárias. (foto: Guilherme Moura- Sindicato Metal-Pinda)
Combate à inflação e ao aumento dos juros
Na abertura da Plenária Regional de Pindamonhangaba, o presidente do Sindicato, Renato Marcondes de Oliveira, mais conhecido como Mamão, elogiou a FEM destacando que “as plenárias são importantes porque debatem propostas vindas do chão de fábrica e terão como resultados reivindicações dignas que beneficiarão os metalúrgicos de Pinda e também de todo o Estado”.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres, (Paulão) destacou que as campanhas salariais da FEM-CUT/SP sempre foram difíceis, mas ressaltou que a Federação Metalúrgica cutista sabe fazer a luta e sempre conquistou acordos que hoje servem de exemplo para as demais categorias profissionais. “A FEM é um exemplo para o Brasil e deve continuar nesta linha”.
Paulão falou sobre a conjuntura econômica e frisou que duas bandeiras de lutas do ramo metalúrgico nesta Campanha são os combates à inflação e aos aumentos das taxas de juros. “No ano passado, fomos às ruas para cobrar a redução dos spreads e juros e, então, neste ano esta luta pela redução tem que estar na nossa agenda”, frisa.
Sobre a pauta de reivindicações, o presidente da CNM abordou o Contrato Coletivo Nacional Articulado de Trabalho do ramo, mencionando que direitos conquistados, como o direito à creche, devem beneficiar os metalúrgicos de todo o País. “Também temos que lutar pelo direito ao acesso ao local de trabalho e pelo fim dos interditos proibitórios”.
Paulão falou sobre o Macrossetor da Indústria destacando que é importante fortalecê-lo, porque uma indústria forte desenvolverá novas tecnologias ao País.
Conjuntura e Campanha
Durante a Plenária, o economista da Subseção do Dieese da FEM-CUT/SP, André Cardoso, e o assessor jurídico da entidade, Raimundo P. Oliveira, fizeram apresentações sobre a conjuntura econômica e como será o formato da Campanha Salarial.
André falou que o ano de 2012 não foi bom do ponto de vista econômico, mas salientou que as perspectivas econômicas para este ano são bem melhores em relação ao ano passado. “O governo Dilma continua a política de investimentos e subsídios para a indústria e isso é um cenário positivo”, adverte.
O assessor jurídico, Oliveira, socializou que a estratégia neste ano é “melhorar os direitos sociais conquistados e negociar o que há de melhor nas Convenções Coletivas de Trabalho de cada grupo patronal”.
Durante a palestra do doutor Oliveira, dirigentes dos sindicatos apresentaram sugestões para as cláusulas sociais referentes à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), atestado médico para acompanhante entre outras. “Importante destacar que o Sindicato dos Metalúrgicos de Itu foi o primeiro que apresentou a reivindicação da inclusão da negociação de PLR na Convenção Coletiva de Trabalho e ter esta cláusula é um grande avanço”, relatou Oliveira.
A Secretária da Mulher da Federação, Andréa Sousa, que participou na mesa de abertura, falou que a FEM tem uma responsabilidade muito grande na Campanha e abordou a pauta das mulheres. “Conquistamos nas últimas Campanhas avanços expressivos para as trabalhadoras e queremos continuar lutando por melhorias. A Licença Maternidade de 180 dias é uma questão de honra. Conquistamos em vários grupos este direito, mas há grupos que a cláusula é apenas uma recomendação e, portanto, queremos que se torne um direito efetivo”, explica.
Plenária rica
O presidente em exercício da FEM, Alexandro Garcia Ribeiro, que também preside o Sindicato dos Metalúrgicos de Salto, disse que a 1ª Plenária foi muito rica. “É muito bom estar aqui e democratizar e socializar ideias e propostas com todos vocês. Temos que continuar avançando em propostas que beneficiem o conjunto da nossa categoria. Juntos podemos fazer mais e melhor”, finaliza.
Defesa dos empregos e reunião Dilma
Paulão também falou aos dirigentes na Plenária Regional da Campanha Salarial, em Pindamonhangaba, sobre a importância de “lutar pela defesa de empregos com qualidade e para brasileiros”. Ele citou a Petrobras, que aventa a possibilidade de construir plataformas fora do País, medida que coloca em risco cerca de 80 mil empregos metalúrgicos em estaleiros no Rio de Janeiro.
O dirigente socializou que, no dia 18 de maio, a presidenta Dilma agendou uma reunião com a CUT e as centrais sindicais para conversar sobre a pauta da classe trabalhadora e adiantou que o governo não vai discutir a redução de jornada de trabalho para 40h e o fim do fator previdenciário. “Estas bandeiras importantes foram retiradas da pauta, e para nós sindicalistas tirar o fator é um retrocesso porque ele significa um roubo no nosso bolso”.
Paulão também criticou a proposta do governo do controle da jornada e alertou que o ramo metalúrgico fará a disputa até o fim e ressaltou que “é fundamental que a FEM dê exemplo ao Brasil neste processo de mobilização”.
Campanha Salarial FEM-CUT/SP 2013
Neste ano, a Campanha Salarial da FEM-CUT/SP negociará com os seis grupos patronais (abaixo) a melhoria e ampliação das cláusulas econômicas (aumento salarial e pisos) e sociais. Na base da Federação estarão em Campanha cerca de 200 mil metalúrgicos em todo o Estado e a data-base é 1º de setembro. A Federação representa 14 sindicatos metalúrgicos filiados em todo o Estado. Confira a abaixo os setores metalúrgicos da base da FEM em Campanha:
Grupo 2 (máquinas e eletrônicos)
Total:75.500
Grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos)
Total: 51 mil
Grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos; refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários entre outros)
Total: 36 mil
Grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico entre outros).
Total: 35 mil
Estamparia
Total: 4.000
Fundição
Total: 4.000
Fonte: Portal FEM-CUT/SP – Viviane Barbosa, editora