Campanha Salarial: Sindicatos intensificam mobilizações para barrar retirada de direitos
A FEM-CUT/SP (Federação dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo) realizou nessa quarta-feira, dia 24 de agosto, uma reunião da Campanha Salarial com representantes dos 13 sindicatos filiados.
A reunião ocorreu na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba. O dia também foi de protesto na fábrica Gerdau, do ramo do aço. A paralisação durou duas horas e teve adesão total dos trabalhadores, inclusive terceirizados (veja aqui como foi a paralisação).
Segundo o presidente da FEM-CUT/SP, Erick Silva, garantir os direitos estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho é o ponto crucial desta Campanha Salarial.
“Encaminhamos de fazer uma luta muito intensa em qualquer bancada patronal que proponha retirada de direitos. Nesse momento nós temos o Sicetel, que é o sindicato das empresas do ramo do aço. Tivemos a oportunidade de estar na Gerdau e já fazer uma grande paralisação. Parabéns aos trabalhadores pela unidade”, disse.
Ainda de acordo com Erick, nas próximas semanas outros atos devem ocorrer em toda a base da indústria do aço no Estado de São Paulo.
“Essa disposição de luta pra nós é determinante. E não só no ramo aço, nos outros grupos todos também. Essa é a hora de estar na porta das fábricas, fazer assembleia, discutir com o trabalhador, com a trabalhadora o que é necessário fazer pra garantir a melhor Campanha Salarial possível”, disse.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pind, André Oliveira, ressaltou a dificuldade das negociações.
“Na última reunião o patronal já chegou intransigente. Um ataque aos trabalhadores B94, vítimas de acidente de trabalho, portadores de doença ocupacional. E foi duro também ao dizer que quer dividir o reajuste salário. Fizemos uma mobilização forte, junto com os outros sindicatos, aqui em Pinda, pra mostrar para os patrões a nossa unidade. Sabemos que a indústria está produzindo cada vez mais, lucro só aumentando. A nossa luta é a luta do povo trabalhador”, disse.
Inflação
No mesmo dia da reunião foi divulgado o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), que é a prévia da inflação oficial do país, que aponta para uma deflação em agosto, de 0,73%.
De acordo com a economista do Dieese, Caroline Gonçalves, essa prévia da inflação sinaliza que teremos o último mês da data-base da Campanha Salarial mais uma deflação, assim como foi em julho.
“Existe até uma dificuldade dos trabalhadores entenderem essa deflação. Um dos motivos é a redução do ICMS que reduziu a taxa dos combustíveis, principalmente da gasolina e isso afetou a média do INPC. Mas o preço dos alimentos, que pesa muito no bolso, continua crescendo muito. Por isso a importância dos trabalhadores estarem mobilizados para conquistarem a valorização dos salários”, disse Caroline.
De acordo com o IBGE, o leite longa vida foi o vilão de agosto, com alta de 14,21% este mês e alta acumulada de 79,79% no ano. Outros destaques no grupo de Alimentação e Bebida foram: frutas (alta de 2,99%), o queijo (4,18%), e frango em pedaços (3,08%).