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FEM-CUT/SP entrega comunicado de greve para bancada patronal do G3

O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva (Biro-Biro), entrega à bancada patronal o comunicado de greve (Foto: Adonis Guerra)
O presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques da Silva (Biro-Biro), entrega à bancada patronal o comunicado de greve (Foto: Adonis Guerra)

A rodada de negociação da Campanha Salarial entre a FEM-CUT/SP e a bancada patronal do Grupo 3 (que reúne os setores de autopeças, forjaria e parafusos) ocorrida na manhã desta terça-feira (9) foi “decepcionante”. Essa é a avaliação do presidente da Federação, Valmir Marques da Silva, Biro Biro, e dos presidentes e dirigentes dos sindicatos metalúrgicos do ABC, Sorocaba, Taubaté, Itu, Salto e Cajamar, que acompanharam a rodada na sede do Sindipeças, em São Paulo.

Durante a negociação, a bancada patronal ofereceu 5,5% de reajuste salarial, índice que não cobre a reposição da inflação do período da data-base da categoria metalúrgica, 1º de setembro, que fechou em 6,35%.

“Depois de um mês sem negociação, ouvir isso é muito ruim. Até agora, as propostas apresentadas pelas bancadas patronais estão muito distantes do nosso objetivo: aumento real mais a inflação”, explica Biro-Biro.

Comunicado de greve

Diante do não avanço, a FEM-CUT/SP entregou ofício de greve para o G3 que determina que, após o prazo de 48 horas, contados a partir da entrega do comunicado, os cerca de 51 mil trabalhadores nas empresas do G3 na base da FEM poderão entrar em greve geral por tempo indeterminado. Esta é a primeira bancada patronal que recebeu o aviso de paralisação. “Agora a partir do momento que as assembleias acontecerem há riscos de termos paralisações nas nossas bases. O fechamento de um bom acordo dependerá de muita luta e mobilização”, frisa.

Cenário econômico melhor

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, entende as dificuldades alegadas pelas empresas autopeças, mas ressalta que os dados da economia no último trimestre mostram uma melhora. “Apostamos na retomada. Temos a certeza de que a retomada da compra de veículos e caminhões no último trimestre e o IPI reduzido estimularão o consumo”.

Marques destaca que as empresas de autopeças do ABC paulista estão animadas com a nova Lei da Rastreabilidade e informaram ao Sindicato que já começaram a ter encomendas. “Isso aponta um cenário melhor para 2015, com mais produção nas autopeças e participação no mercado”, conta.

Sobre as mobilizações no ABC paulista, o presidente informa que estão acontecendo diariamente. “Hoje (9) fizemos três assembleias retardando a entrada dos trabalhadores nas portas das fábricas e a tendência agora é intensificar as mobilizações. Até o dia 17 (data da próxima rodada com o G3) esperamos sensibilizar os empresários a elevarem a proposta salarial”, relata.

Em Taubaté, a categoria também está mobilizada. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Hernani Lobato, falou que os trabalhadores estão prontos para parar. “Comunicaremos as empresas do G3 nesta quarta (10) sobre o aviso de greve e se não houver uma melhora na proposta econômica vamos cruzar os braços”, disse.

Alexandro Garcia, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Salto, falou que foram realizadas assembleias prolongadas em fábricas dos setores de autopeças e estamparias na região e serão iniciadas mobilizações nas empresas de máquinas a partir desta quarta. “O remédio correto para a intransigência patronal é greve”, frisa.

Mais mobilizações na base FEM

Os metalúrgicos de Itu já iniciaram as mobilizações há 15 dias. “Com esta proposta frustrante do G3, falaremos para os trabalhadores que os patrões estão nos enrolando muito e, por isso, temos que nos unir e parar”, afirma o presidente do Sindicato, Dorival Jesus do Nascimento.

Silvio Ferreira, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, concorda e destaca que a categoria metalúrgica está apreensiva. “Estamos no mês da nossa data-base e até agora nada. Aumentaremos as assembleias nas portas das fábricas nos próximos dias. A nossa unidade é fundamental neste momento”, pontua.

O diretor da Federação e do Sindicato dos Metalúrgicos de Cajamar, José Carlos, criticou o oportunismo dos patrões que estão se aproveitando de um cenário que não está favorável em alguns setores para reduzir o ganho dos trabalhadores. “Jamais aceitaremos isso. Vamos intensificar as mobilizações para que os resultados repercutam nas mesas de negociação”, alerta.

Negociação continua com o G3 e Vale-Cultura

Apesar do comunicado de greve, as negociações com a bancada patronal do G3 continuam. Uma nova rodada está agendada para o dia 17, às 10h, na sede do Sindipeças, na Avenida Santo Amaro (SP). Com relação às demais bancadas, não há novas rodadas de negociação.

A FEM-CUT/SP também reivindicou a inclusão de uma cláusula social na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do Vale-Cultura. A bancada do G3 pediu para a Federação formalizar uma proposta.

 

Fonte: Viviane Barbosa, da Redação FEM