Índice da inflação da Campanha Salarial 2021 fecha em 10,42%
Sindicato, junto com a FEM-CUT, vai buscar também o aumento real de salário; Preço da gasolina está entre os “vilões” da inflação
O índice da inflação que é utilizado como referência para a Campanha Salarial dos metalúrgicos da CUT fechou em 10,42%. O resultado foi divulgado nessa quinta-feira, dia 9 de setembro.
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve mais uma alta em agosto, de 0,88%, e o resultado final que tem o acumulado de setembro de 2020 a agosto de 2021 ficou em 10,42%.
Em todos os meses, o índice esteve mais alto do que o ano passado. Na campanha de 2020, o índice final da inflação foi de 2,94%.
De acordo com Caroline Gonçalves, técnica do Dieese na Subseção CNM/CUT e FEM-CUT/SP, a alta da inflação foi registrada em todas as regiões do Brasil. Nos últimos meses foi influenciada principalmente pela gasolina e pela energia elétrica.
“São questões diretamente ligadas ao Governo Federal e não se vê nenhuma ação efetiva do governo no sentido de conter a elevação dos preços. Essa alta da inflação reflete no aumento do custo da cesta básica. É a perda do poder de compra do trabalhador”, disse.
AUMENTO REAL
Na última reunião da FEM-CUT/SP (Federação dos Metalúrgicos da CUT), os sindicatos filiados já haviam reafirmado a disposição para reivindicar a renovação das cláusulas sociais até 2023, a reposição integral das perdas da inflação e também o aumento real de salário.
De acordo com o presidente da FEM, Erick Silva, a federação também tem repudiado as propostas patronais de parcelamento do reajuste.
“Diferente de outras categorias, o lucro das empresas metalúrgicas aumentou na pandemia, em vários setores, mas o poder de compra do trabalhador diminuiu. Vamos sim lutar pela nossa parte desse lucro, por uma proposta justa”, disse
Em Pindamonhangaba, várias paralisações ocorreram no mês de agosto, em fábricas como Novelis, Latasa, Gerdau, GV do Brasil e Elfer, tendo como motivo também a Campanha Salarial.
Segundo o presidente do sindicato, André Oliveira, os atos devem ser intensificados este mês.
“O trabalhador sabe como está a produção, o quanto ele se esforçou para dar conta dessa produção durante a pandemia, e não vai deixar de cobrar um reajuste decente. Vamos seguir na luta”, disse.
RODADAS DE NEGOCIAÇÃO
Nessa quarta-feira, dia 8, foi feriado em Pindamonhangaba, mas os dirigentes Odirley Prado e Marcio Fernandes participaram de mais uma rodada de negociação on-line com as bancadas patronais. Essa foi sobre o Sindicel, que representa a Novelis, entre outras fábricas.
O dirigente Marcinho deu detalhes atualizados das reuniões.
“Estamos em uma briga dura sobre as cláusulas sociais, tentando garantir a Convenção Coletiva por dois anos mantendo todos os direitos, alguns grupos têm posicionado que estão discutindo, outros como o Sicetel, da Gerdau, estão mais resistentes. Mas a choradeira já é grande, agora com o índice vamos aprofundar a discussão do reajuste e precisamos de toda demonstração de força possível pra gente conseguir avançar”, disse Marcinho.