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Metalúrgicas definem tema do 2º Encontro Estadual da FEM-CUT/SP

Sindicalistas em apoio à campanha (Crédito: Mídia Consulte)
Sindicalistas em apoio à campanha (Crédito: Mídia Consulte)

Dirigentes do ABC, Sorocaba, Taubaté, Itu, São Carlos, Salto, Pindamonhangaba e Taubaté definiram em reunião do Coletivo das Mulheres da FEM-CUT/SP, realizado na quinta-feira, dia 3 de abril, na sede da Federação, em SBC, os preparativos do 2º Encontro Estadual das trabalhadoras. O tema aprovado é “Trabalho com saúde e sem dependência” e acontecerá, no dia 22 de maio, na sede da FEM.

Segundo a Secretária da Mulher da FEM-CUT/SP, Andrea Ferreira Souza, o evento destacará temas que fazem parte do dia a dia das mulheres: o trabalho compartilhado, mulher e saúde e dependência química. “Também abordamos a paridade e a importância da participação das mulheres nas atividades sindicais. Temos que estar sempre presentes, embora tenhamos nossas dificuldades, não podemos perder espaço, porque o espaço é conquistado. Não podemos esquecer que a nossa base é tudo, é ela quem nos dá a nossa sustentação”, frisou.

As sindicalistas também agendaram a próxima reunião do Coletivo para o dia 13 de maio, no Instituto Cajamar.

 

Pesquisa do IPEA

Durante a reunião do Coletivo, as sindicalistas falaram a respeito dos dados da pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”, divulgada recentemente realizada pelo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), que mostrou dados machistas sobre as mulheres.

O estudo revelou que 65% de um total de 3.810 pessoas ouvidas (a maioria homens) disseram concordar que mulher que mostra o corpo merece ser atacada, e que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. Também mostrou que 91% concordam total ou parcialmente com a prisão do marido que bate em mulher, embora desses, 89% considerem que “roupa suja deve ser lavada em casa”.

Os dados causaram indignação e revolta nas dirigentes metalúrgicas. “Temos que ir para a rua e mostrar para a população que esta mentalidade é arcaica e preconceituosa. É uma violência contra nós mesmas”, disse a Secretária Geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Salto, Rosemilda da Silva Pereira.

A Secretária da Mulher do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e dirigente da FEM-CUT/SP, Elisabeth L. Gracio Scalfi, concorda. “Li no facebook a repercussão que virou febre. Não se deve julgar a roupa de ninguém. Para mim isso é questão de educação. Aqui, os homens julgam pela roupa, na Arábia Saudita, as mulheres vestem véus e ficam todas cobertas e são vítimas deste crime bárbaro”, relata.

A companheira de São Carlos, Maria, disse quem concordou com esta pesquisa não tem caráter, e questionou que então o homem que tira a camisa também pode ser estuprado?

Ceres de Souza Lucena, diretora do Sindicato de São Carlos, disse que o foco não é roupa da mulher, mas o psicopata.

Kelly Kelly Cristina de Andrade, também dirigente de São Carlos, defende o aperfeiçoamento na Lei Maria da Penha. “Muitas mulheres têm medo de denunciar seus companheiros, porque sabem que eles ficarão apenas seis meses presos. Isso é muito pouco, a Lei tem que mudar”.

 

Educação

Andrea explicou que as raízes desta pesquisa são profundas. “Ninguém nasce violento, a violência está dentro dos lares. São os filhos que se tornam violentos, porque eles aprenderam a serem assim. Temos que fazer este debate como estamos educando os nossos filhos? É fundamental acompanhá-los nos primeiros momentos da escola. Ninguém nasce com preconceito, a educação é a base de tudo”, finaliza.

 

Campanha:“Não mereço ser estuprada”

Como forma de dar um basta à onda de preconceito, machismo e violência, as sindicalistas, assessoras, assessores e diretores da FEM-CUT/SP aderiram à Campanha que virou um viral nas redes sociais: “Não mereço ser estuprada” e Nenhuma Mulher merecer ser estuprada”. Faça parte também desta Campanha!

 

Fonte: Viviane Barbosa, editora do Portal FEM-CUT/SP