Paralisação na Novelis pressiona patrões do Sindicel pela Campanha Salarial
Protesto ocorreu no mesmo dia de reunião entre a FEM-CUT/SP e o Sindicel
Os trabalhadores da Novelis, de Pindamonhangaba, fizeram uma paralisação pela Campanha Salarial nessa quarta-feira, dia 27.
O protesto foi realizado para pressionar o Sindicel, sindicato patronal que representa a direção da Novelis e de outras empresas do segmento de metais não ferrosos. O ato ocorreu no mesmo dia em que estava prevista reunião entre o Sindicel e a FEM-CUT/SP (Federação dos Metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo).
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba, Herivelto Moraes – Vela, o índice acumulado da inflação (INPC), que fechou em 1,73%, tem interferido na campanha salarial. Ele é bem mais baixo que o do mesmo período do ano passado, que foi 9,62%.
“O trabalhador entende que é muito pouco. Ele tem acompanhado ações do Governo Federal como o aumento do combustível, da energia elétrica, tem visto a cesta básica mais cara, e é inaceitável a gente discutir uma campanha salarial com 1,73%. Tenho certeza que essa paralisação na Novelis vai ter um efeito direto na mesa de negociação com o patronal”, disse Vela.
Ainda segundo ele, este ano também há uma preocupação maior com os direitos específicos de metalúrgicos que estão garantidos pela CCT – Convenção Coletiva de Trabalho, tendo em vista que a Reforma Trabalhista pode para entrar em vigor no dia 11 de novembro.
“O setor patronal está querendo ajustar cláusulas conforme a reforma trabalhista e retirar direitos históricos. Para o sindicato, as garantias previstas na convenção são inalteráveis. Não vamos abrir mão delas. Agora é hora de resistência pela renovação da nossa convenção”, disse.
Ao total, as negociações entre a FEM-CUT/SP e as bancadas patronais envolvem 198 mil metalúrgicos em todo o Estado. A Novelis emprega cerca de 1.100 trabalhadores na produção de chapas de alumínio.