Plenária com funcionários da Gerdau define linha de negociação do sindicato
Pela primeira vez, a plenária de uma única fábrica reuniu tantos trabalhadores na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba-CUT. Cerca de 130 funcionários da Gerdau estiveram no domingo de manhã, dia 18, discutindo como o sindicato deverá agir nas próximas negociações com a empresa pela Campanha Salarial.
Segundo o presidente interino do sindicato, Romeu Martins, o objetivo foi para construir coletivamente uma linha de negociação a ser tomada. “O cenário hoje na Gerdau é bastante complexo. Há uma proposta da empresa que oferece alguns meses de garantia de emprego, mas isso custaria trocar o aumento de salário por um valor de abono. Praticamente todos se manifestaram contra a negociação de abono, porque o aumento de salário é mais vantajoso, mas também se mostraram preocupados com a questão do emprego. O objetivo agora é chegar a uma proposta intermediária”, disse Romeu.
De acordo com o secretário geral Herivelto Moraes – Vela, o sindicato buscou ser o mais imparcial possível. Na plenária, foi feita uma apresentação com todo o histórico de negociação, as paralisações que já foram feitas para manter os empregos, os programas de lay-off aplicados, e também qual seria o impacto da falta de um reajuste salarial (calculado em 9,88% pela reposição da inflação) na vida dos trabalhadores em um ano.
“Não ter nada de reajuste é a mesma coisa que descartar todos os ganhos de aumento real que conseguimos com muita luta em mais de quatro anos. A proposta de garantia de emprego que temos hoje é muito pequena para um custo tão alto”, disse Vela.
O Comitê Sindical da Gerdau, coordenado pelos dirigentes André Oliveira – Andrezão e Marcos Prudente, também citou a importância da negociação a longo prazo. “Não podemos tomar uma decisão pensando só no hoje. A atitude que a gente tomar agora tem que manter lá na frente. Novas reuniões vão acontecer e quem vai decidir se a proposta é boa é o trabalhador em assembleia”, disse Andrezão.
Cenário. A produção dentro da Gerdau, que tem 1.700 trabalhadores, tem duas realidades diferentes. O setor chamado de construção mecânica está realmente em baixa de produção. Por outro lado, o setor de usinagem, que fabrica cilindros, tem demanda programa até o início do segundo semestre de 2016.
“O setor de usinagem daqui é o único da Gerdau no país que tem capacidade de fazer essa produção”, disse Benedito Irineu, secretário de Comunicação.
Irineu também esclarece sobre comentários que surgiram da venda de uma siderúrgica Gerdau, que não se refere à unidade de Pinda, mas sim de um setor de cilindros da planta Gerdau Sidenor, na Espanha.