Sindicato denuncia demissão injusta na Tenaris Confab
O Sindicato dos Metalúrgicos realizou um protesto na portaria da fábrica Tenaris Confab de Pindamonhangaba nessa sexta-feira, dia 19, contra uma demissão injusta ocorrida um dia antes com um trabalhador vítima de doença ocupacional e também de acidente de trabalho.
O protesto ocorreu tanto na unidade Tubos quanto na Equipamentos. O boletim Mete Bronca denunciou o caso de Paulo Henrique Pedroso, trabalhador da fábrica 4 da Tubos, que já havia sido reintegrado e foi demitido irregularmente pela segunda vez.
O trabalhador tem a sua estabilidade de emprego garantida em Convenção Coletiva de Trabalho em função da sequela no ombro, que ele até fez cirurgia. Ele continuou trabalhando em função compatível e sofreu um acidente na produção, com esmagamento nos dedos do pé. Agora, além das limitações nos braços também tem dificuldade para andar.
No mesmo dia que a demissão ocorreu, o Sindicato esteve no RH e discutiu com a fábrica para que revesse a decisão. A fábrica insistiu na demissão. O funcionário comunicou seu advogado e o Sindicato vai dar todo apoio possível.
Entenda o caso
A primeira lesão de Pedroso foi no ombro. Foram anos fazendo esforço repetitivo, lixando tubo, inclusive com lixamento interno usando o antigo carrinho de rolemã, com muito esforço, até 160 tubos por turno, rolando tubo com chave de giro de 8kg. Não teve jeito, o ombro não aguentou.
A cirurgia no ombro esquerdo foi em 2005. Voltou para a fábrica em função compatível. Conseguiu o reconhecimento do INSS na espécie NB94, com nexo causal, com todo o vínculo da doença com o trabalho feito na fábrica.
Mesmo assim, a Confab demitiu. Ele conseguiu voltar, reintegrado em janeiro de 2020, novamente no compatível, operando o painel de máquina de solda, como determinado pela empresa.
Mas em abril ocorreu outro acidente. O posicionador desceu no pé dele e provocou esmagamento dos dedos. Ele perdeu o movimento dos dedos do pé e agora tem dificuldade pra andar. Lesão permanente, ficará mancando.
Não bastasse já ter sido demitido de forma irregular na primeira vez, a Confab o demitiu de novo. O INSS alegou que no sistema o nome dele constava como desempregado e concedeu apenas o benefício NB31.
A direção da Confab, além de ignorar a estabilidade que o trabalhador já tem pela lesão no ombro, usou esse documento do INSS sobre o novo acidente como pretexto para fazer a demissão.
Além disso, a fábrica deu uma suspensão de 3 dias para o Pedroso, por causa de uma atividade que é feita da mesma forma todo dia na fábrica.
Foram na casa dele pegar a bota do acidente, mas não puderam ir lá levar seu documento para dar entrada no INSS. Ainda usaram esse documento do NB31, que está errado, para descontar o valor no pagamento da PLR.