Sindicato reverte demissão de metalúrgico na Tenaris Confab
Direção da empresa ignorou direito de um membro da Cipa; após protesto e sentença judicial, trabalhador foi reintegrado; veja porque essa ação foi uma corrida contra o tempo
Um trabalhador foi reintegrado na Tenaris Confab de Pindamonhangaba nessa sexta-feira, dia 24. O retorno do funcionário é resposta a uma ação judicial movida pelo Sindicato dos Metalúrgicos na Justiça do Trabalho. A fábrica é a que mais tem casos de reintegrações judiciais pelo sindicato.
Walderi dos Santos tem 46 anos de idade e 10 de empresa, é operador de carros industriais no setor de Logística. Em 2018, ele foi eleito membro da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), o que lhe garante, por lei, estabilidade de emprego até julho deste ano.
Mesmo assim, no dia 7 de janeiro ele foi demitido.
“O supervisor da área chegou, me demitiu, eu não assinei a carta e procurei o sindicato. Todos os diretores estavam lá na fábrica, foram conversar com a empresa, que não quis conciliação, não quis nada”, disse.
No dia seguinte, uma paralisação de duas horas foi realizada na portaria da empresa. O ato foi aprovado em assembleia pelos trabalhadores e teve adesão total da categoria.
Walderi também procurou o Departamento Jurídico do sindicato para discutir a questão na Justiça.
“Eu estava com uma certa revolta de terem tirado meu direito. É direito meu, de concorrer à Cipa. Eu ainda era vice-presidente na Cipa anterior. Agora, sentimento de Justiça feita. Quero agradecer primeiro a Deus, ao sindicato, que abraçou a causa, esteve comigo sempre, e especialmente ao dr. Marcos (Gonçalves) e a dra. Cinthya (Nascimento), que me deram o maior apoio.”
Walderi também comentou sobre a necessidade de solucionar a questão de forma rápida.
“Foi uma corrida contra o tempo, porque a inscrição da nova eleição da Cipa termina agora dia 30. Deu certo, hoje fiz minha reintegração, segunda-feira já vou fazer minha inscrição na Cipa, e eu fico mais feliz ainda de ver que o pessoal apoiou (na paralisação).”
O vice-presidente do sindicato, André Oliveira, comentou a importância de tratar essas questões como coletivas.
“Se faz com um trabalhador e nada é feito, todos ficam em risco. Parabéns mais uma vez aos trabalhadores pela adesão na mobilização e a todos os envolvidos em mais essa reintegração”, disse.