Trabalhadores aprovam suspensão da greve para retomada das negociações na LG
Após 1 semana de greve, proposta construída no TRT foi aprovada em assembleia nessa segunda-feira, metalúrgicos de Pinda também participaram
Os trabalhadores na LG aprovaram a suspensão da greve para retomada das negociações com a empresa. Os dias de paralisação não serão descontados do salário dos funcionários. A conciliação foi votada em assembleia nesta segunda-feira, dia 19.
Dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba também participaram, assim como membros da CUT, da FEM-CUT/SP e vários sindicatos da região.
Os trabalhadores retornaram às atividades na fábrica logo após a assembleia organizada pelo Sindmetau (Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região). Uma nova rodada de negociações entre empresa e sindicato será realizada ao longo desta semana, com previsão de ser concluída na sexta-feira, dia 23.
“Vamos retomar a negociação, iniciando da última proposta. Ou seja, você já começa com aquilo que tinha conquistado e avança. Esperamos que essas discussões possam contemplar todos os trabalhadores e trabalhadoras”, afirma o presidente do Sindmetau, Claudio Batista.
A conciliação aprovada em assembleia foi construída em uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) na última sexta-feira (17). Outro avanço obtido no TRT é a possibilidade de uma reunião ampliada sobre alternativas para permanência do setor IT (monitores e notebooks) em Taubaté, que representa 300 postos de trabalho na fábrica.
O objetivo é que essa reunião coloque na mesa Sindicato, LG Ministério Público do Trabalho, TRT, Legislativo Municipal e Estadual, Executivo Municipal e Estadual. A empresa sul-coreana alega que pretende levar o setor IT para Manaus por conta de isenções fiscais.
“É um compromisso que o TRT colocou. Fazer uma reunião com todos os poderes públicos, com um diretor executivo da LG com poder de decisão, para tentar reverter a situação dos monitores e notebooks”, explica o presidente do Sindmetau.
Para Gilson Leandro, secretário de Comunicação dos Metalúrgicos de Pinda, a proposta mostra a força de mobilização dos trabalhadores.
“Ainda existe Justiça do Trabalho neste país. E com a união dessas guerreiras, o sindicato conseguiu virar o jogo no TRT. É uma situação crítica que afeta toda a região. Estamos aqui em solidariedade e vamos continuar no apoio. Contem com a gente”, disse.
Entenda o caso
Em janeiro deste ano começaram a circular informações no mercado e na imprensa sul-coreana sobre uma possível venda da divisão de celulares da LG. O Sindicato acionou a empresa, mas recebeu ofícios com respostas evasivas. Um pedido de reunião com o presidente da LG também não foi atendido.
Diante do cenário de incertezas, em 26 de março, os trabalhadores aprovaram o estado de greve. No dia 5 de abril, a fabricante sul-coreana disparou um comunicado onde informava o encerramento global da divisão de celulares, alegando que a área acumulava um prejuízo de 4,1 bilhões de dólares.
No dia seguinte, em reunião com o Sindicato, a empresa informou que pretende levar a linha de notebooks e celulares de Taubaté para Manaus. A LG alega que na capital do Amazonas terá incentivos fiscais, o que não ocorre no estado de São Paulo.
Após reuniões com o Sindicato, a empresa apresentou uma proposta de indenização aos trabalhadores. Mas a proposta foi rejeitada em assembleia no dia 12 abril. Os funcionários aprovaram então uma greve por tempo indeterminado.
Cerca de 700 empregos estão ameaçados pelo encerramento da produção de celulares e pela transferência da linha de notebooks e monitores de Taubaté para Manaus. A LG em Taubaté conta com aproximadamente mil trabalhadores.
Fonte: Com informações do Sindmetau.