Trabalhadores da Gerdau atrasam turnos contra problemas na segurança
Os trabalhadores da Gerdau atrasaram entradas de turno nessa quinta e sexta-feira, dias 27 e 28, para protestar contra as condições inseguras que a direção da empresa tem promovido dentro da fábrica, entre outros problemas. Um incêndio de grandes proporções também ocorreu este mês.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Pindamonhangaba-CUT critica decisões da gerência da Gerdau de Pinda que tem prejudicado a segurança, como a retirada dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) de dentro das áreas, principalmente na Laminação 1 e 2, e concentrá-los no Almoxarifado Central, dificultando o acesso dos trabalhadores.
Para o presidente do sindicato, Renato Marcondes – “Mamão”, a direção da empresa se preocupa muito mais em encontrar formas de pressionar e punir os funcionários do que em melhorar as condições de trabalho. “Enquanto a empresa gasta dinheiro instalando câmeras nas áreas e controle de ponto em todos os ônibus, os trabalhadores estão sofrendo com a falta de efetivo, fazendo esforço exagerado, sofrendo lesões nos ombros, na coluna, e ainda correndo risco com a falta de equipamentos de proteção”, disse.
Outro problema que tem revoltado os trabalhadores é o fechamento do restaurante do setor PLP nos turnos da tarde e da noite, feito para redução de custos. Além disso, há problemas até com questões mais simples, como atraso na entrega do PPP (documento necessário para dar entrada na aposentadoria) e falta de depósito do FGTS para trabalhadores que se acidentaram.
Incêndio. No dia 2 de março, um incêndio de grandes proporções queimou toda a área de um dos fornos da Aciaria. Foram necessários seis bombeiros para conter as chamas. Uma das possíveis causas é o acúmulo de tambores de óleo em uma sala fechada, que pode ter com o tempo gerado um gás altamente inflamável. Por sorte, ninguém se feriu.
Galeria de fotos:
Veja detalhes dos problemas da Gerdau Pinda:
Dificuldade de acesso aos EPIs
A decisão da chefia da empresa em retirar os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) de dentro das áreas, principalmente na Laminação 1 e 2, e concentrá-los no Almoxarifado Central tem dificultado o acesso dos trabalhadores.
As áreas são distantes, o funcionário precisa pegar uma autorização pra sair do posto de trabalho, pegar um ônibus, além disso, ainda chega no Almoxarifado e não tem o material. Toda essa dificuldade representa economia para o patrão e é contra essa postura que protestamos.
Falta de condições de trabalho
O descarte de material para recuperação na Laminação 2 está sendo feito de forma braçal, lesionando ombro e coluna dos trabalhadores, sendo que a automatização é reivindicada pelo sindicato há sete meses. Ao invés disso, nessa área a gerência preferiu fazer investimento em câmeras sob o pretexto de evitar a mistura de materiais. Esse controle é feito pelo trabalhador. As câmeras só servem para punir quem deixar passar material errado.
Restaurante fechado
A empresa fechou o restaurante do setor PLP nos turnos da tarde e da noite, alegando a necessidade de redução de custos, mas se preocupou em instalar controle de ponto dentro de todos os ônibus, pois assim poderá punir trabalhadores que por ventura vierem a cometer alguma irregularidade no horário de retorno das refeições.
Redução de efetivo
A redução do efetivo também motivou o protesto. A sobrecarga de funções imposta a cada trabalhador tem ocasionado sérios problemas à saúde dos funcionários, principalmente na Laminação e Aciaria.
Acordo das férias
Além desses problemas, os trabalhadores também protestam o fato da Gerdau não ter honrado o acordo para o retorno dos funcionários que estavam em pleno gozo de suas férias e foram convocados para retornar ao trabalho entre o natal e o ano novo.