Trabalhadores da Incomisa ameaçam greve pela campanha salarial
Perspectiva de negociação é baixa, mas sindicato irá respeitar decisão da assembleia
Os trabalhadores da Incomisa reprovaram a proposta da empresa nessa quarta-feira, dia 29, para a campanha salarial. A fábrica aceita pagar apenas o reajuste da inflação, de 1,73%. Em outra assembleia eles também aprovaram a entrega de um comunicado de greve.
Segundo o dirigente sindical Nilton Roberto – Rivelino, a entidade irá seguir a decisão da assembleia. “A gente sempre conversa nas fábricas que cada empresa tem a sua realidade, e que é importante avaliar como foi a produção ao longo do ano e qual é a previsão. Tem uma semana que a empresa voltou a produzir e os novos pedidos ainda não se confirmaram. É uma negociação difícil, sem muita perspectiva. Mas quem decide é o trabalhador, o sindicato está aqui pra representar o desejo da maioria”, disse.
Durante a assembleia, o presidente do sindicato, Herivelto Vela, citou a negociação do sindicato que preservou empregos na fábrica. “Conseguimos atravessar o ano sem demissão em massa na Incomisa graças ao acordo de banco de horas, que é o melhor acordo de Pinda. Aqui tem o limite de 120 horas e quando termina o prazo a empresa paga metade das horas do banco. O tempo que ficou sem produção o trabalhador ficou em casa e foi acumulando no banco de horas. Teve trabalhador que ficou devendo 300 horas no banco e no final contabilizou apenas 60, que é o limite do acordo”.
O presidente também reafirmou que respeitará a decisão dos trabalhadores. “Foi um ano difícil. Até comunicado de greve teve por causa de tantos atrasos de salário que aconteceram. Mas a campanha salarial é a pauta aqui. Mais uma vez parabenizo a Cipa, porque também tem uma organização perante os trabalhadores. Esse sindicato vai respeitar a vontade deliberada em assembleia”, concluiu Vela.
A Incomisa emprega 320 trabalhadores na fabricação de estruturas metálicas.