Trabalhadores da Novelis fazem paralisação contra excesso de jornada
Os trabalhadores da fábrica Novelis, em Pindamonhangaba, fizeram uma paralisação de uma hora, com adesão total, nessa quinta-feira, dia 7, para protestar contra o excesso de jornada na empresa e também pela Campanha Salarial.
O Sindicato dos Metalúrgicos afirma que tem recebido muitas denúncias de que a jornada diária de 12 horas tem sido algo constante em diversos setores da fábrica. Para o sindicato, a sobrecarga de trabalho é resultado da falta de efetivo na unidade.
No setor de Refusão, por exemplo, onde deveria ter 25 operadores por turno na área de “Holder”, tem apenas 18. De acordo com o presidente da entidade, André Oliveira, a fábrica retirou um turno inteiro e submeteu esses funcionários a uma jornada diária de 12 horas.
”A gente está citando a Refusão, mas várias áreas estão assim. Dá mais de 60 horas na semana, totalmente ilegal. É absurdo. Com uma jornada tão pesada, com turno de revezamento, que já é desgastante, fazendo uma atividade exaustiva, em local perigoso, o risco de um acidente grave acontecer é altíssimo. A Novelis lucra tanto, mas nem adequa o seu efetivo”, disse.
No sábado, dia 2 de julho, um grave incidente ocorreu na Refusão, com vazamento de toneladas de metal líquido pelo chão da fábrica. Por sorte, ninguém se feriu.
Um mês atrás, durante manutenção no setor de Laminação a Quente, também houve acidente. Para ganhar tempo, a chefia insistiu em utilizar uma talha de baixa capacidade para levantar uma peça do laminador. A talha arrebentou e feriu três funcionários. Eles tiveram de ser hospitalizados, mas passam bem.
No último relatório financeiro, a Novelis apresentou o resultado anual que se encerrou em maio, conforme o calendário indiano. A Novelis teve aumento de 19% no Ebitda (lucro já descontado impostos e depreciações) e chegou a R$ 10 bilhões, o dobro do que ela lucrou cinco anos atrás.
O ato também pressionou a bancada patronal do Sindicel pela Campanha Salarial. Apesar da pauta já ter sido entregue, ainda não ocorreram reuniões. A data-base da categoria é 1º de setembro.
A Novelis atua no ramo do alumínio e emprega atualmente 1.300 pessoas em Pinda. Ela é subsidiária da Hindalco, a maior empresa do grupo indiano Aditya Birla.
O protesto contou com apoio da subsede da CUT Vale do Paraíba, do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Sindicato dos Condutores do Vale do Paraíba, Sindicato dos Rodoviários da Guarulhos, Sechotel de Campos do Jordão, Sindicato dos Papeleiros de Jacareí.