Trabalhadores da Tenaris Confab aprovam acordo para evitar demissões
Proposta negociada pelo sindicato é melhor que a MP 936; cerca de 500 trabalhadores terão contratos suspensos a partir da próxima segunda-feira
Os trabalhadores da Tenaris Confab, em Pindamonhangaba, aprovaram na tarde dessa quarta-feira, dia 1° de julho, uma proposta para evitar demissões na fábrica. A proposta envolve mais de 500 trabalhadores da unidade Tubos, no bairro Cidade Nova.
A assembleia teve que ocorrer de forma presencial, mas os trabalhadores ficaram divididos em faixas, que a empresa instalou em cones com o objetivo de manter o distanciamento no momento da assembleia. O uso de máscaras é obrigatório na fábrica, que também mede a temperatura de cada trabalhador na entrada.
A proposta tem como base a Medida Provisória 936, mas com pontos mais favoráveis ao trabalhador negociados com o Sindicato dos Metalúrgicos.
Um pequeno grupo terá redução de jornada com redução de salário, mas a grande maioria, que são 500 trabalhadores do setor produtivo, terão suspensão do contrato de trabalho. As medidas terão início na próxima segunda-feira, dia 6, e tem prazo total de 90 dias.
De acordo com o presidente do sindicato, André Oliveira, em ambos os casos os funcionários receberão o benefício emergencial do governo e uma complementação. O que está diferente da MP é que foi estabelecido um piso de 70% do salário líquido.
“Muitos trabalhadores teriam uma redução muito grande. Foi uma negociação bastante dura, visando sempre a preservação da saúde dos funcionários, a manutenção dos empregos e também chegar o mais próximo possível do salário”, disse.
Também foram definidos na negociação o adiamento da cobrança do plano médico, odontológico e dos empréstimos da cooperativa, além da continuidade de do auxílio-creche e do cartão de natal.
O sindicato avalia a medida como positiva, tendo em vista o atual cenário da empresa. “A produção está bastante preocupante. Além da pandemia tem a questão da crise do petróleo que vem assolando esse ramo de produção de tubos. Devem ficar apenas 60 pessoas no setor produtivo, só para manter os equipamentos, pra não danificar fornos e caldeiras. Os trabalhadores ficarão em casa e recebendo 70% do salário”, disse.